13 junho 2009

Dia dos Namorados

Um ponto de interrogação espanhol fisga meus pensamentos e me coloca em pé logo cedo. "O que se faz no dia dos namorados?"

Sexo, muito sexo. Caprichado, criativo, ousado, ardente, de marcar na pele e na alma as marcas do amor. Os namorados também dão presentes caros e jantam em restaurantes finos, mas principalmente fazem sexo, sendo as demais coisas apenas acessórios de uma boa transa. Indispensáveis, dizem, mas acessórios.

Pelo menos é que vejo nas mensagens que procuram passar sobre a data. "Dê este presente e ganhe de sua namorada uma noite ardente". "Use este vestido, e seu namorado não resistirá aos seus encantos". "Jante em nosso restaurante. A sobremesa você ganhará de sua namorada". Sexo no Dia dos Namorados é o Papai Noel no Natal na ótica do marketing.

Feriadão, estou em modo de espera. Navego sem pressa por páginas de amenidades e me deparo, espantado, com a cara da atriz. Apesar dos liftings e outras prováveis intervenções cirúrgicas, ela me parece muito envelhecida. A imagem sexy já não consegue ser sustentada. Fazia tempo que não tinha notícias dela, e agora entendo o por que.

De noite, assisto distraído ao Two and a Half Men. Para variar, no quarto do Charlie está a mulher do outro. O marido, um ricaço, descobre o caso e Charlie precisa passar a lábia nele. Para isto, usa como estratégia dar atenção. O velho desabafa. No passado, havia sido como ele e se dado bem. Velho, pensou que poderia preservar o estado de felicidade que um bom sexo proporciona e por isto casou-se com uma mulher jovem. O que ele não havia percebido é que os tempos (e seu corpo) são outros. Dá conselhos ao garanhão para que mude o eixo de sua vida. Uma pitada de reflexão num seriado cujo único compromisso é fazer rir.

Na madrugada, uma charada insiste em esconder meu sono:
fato 1: A necessidade básica do ser humano é o amor.
fato 2: O sexo pode ser uma expressão forte de amor, porque exige tudo de nós: mente e alma, passando pelo corpo.
fato 3: Desejamos ser amados até à morte.
fato 4: O sexo é efêmero.

O círculo não se fecha.

O sono vai chegando manso enquanto devaneio o que vou querer receber no próximo Dia dos Namorados.

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